Acabei de ler um texto onde uma senhora fala do desânimo do seu marido (e dela mesma) em relação a fé e a Deus. Imagino qual não deve ser o desespero dessa alma. Julgá-la seria mais fácil, principalmente o esposo dela. Poderíamos dizer: “está desviado”, ou então “esfriou na fé”, entre tantas outras frases de efeito que nós, os cristãos que se consideram “fortes” gostamos de dizer em situações como esta. Estender as mãos, tentar ajudar, orar com o “desviado” isso é mais difícil. Podemos imaginar qual o histórico de decepções, frustrações, explorações e opressões que esse casal possa ter vivido na sua trajetória cristã. Às vezes me pergunto se muitos dos que se dizem cristãos hoje realmente possuem uma experiência de caminhada com Cristo. O certo é que dentro de nossas igrejas parece que o menos que se vê é a vida de Cristo. Sei que isto é forte, e meu coração estremece quando digo isso, mas não falo como um palrador ou um irreflexivo inconseqüente que não avalia antes de falar. Falo como um destes que nasceu praticamente dentro da igreja e que sabe que igrejismo e ativismo religioso não são expressões suficientes de fervor espiritual e intimidade com Cristo.
Penso na qualidade de cristãos que está se gerando hoje. Muitas vezes dedicados à obra, mas de coração vazio de alegria, de paixão pelo Evangelho, de amor por Cristo e de convicção que a cruz é a melhor escolha. É claro que dedicação a Seara do Senhor deve existir, mas motivada na cruz, no apego a chamada, no desejo de agradar a Deus, no amor pelos perdidos e na certeza que a mensagem do Evangelho é a melhor notícia que o homem pode receber. E que esse Evangelho transforma e dá forma ao deformado.
Mas uma pergunta tem invadido meu coração: Que tipo de Evangelho queremos viver? É o verdadeiro Evangelho com “E” maiúsculo como estamos escrevendo aqui, ou é aquele “outro evangelho” que Paulo nos advertiu de evitar e repudiar? Vemos as marcas de Cristo e do seu Evangelho em nós? Vemos em nós a Paz, característica do Fruto do Espírito transbordando em nossos corações ou estamos aprisionados pelas angústias que as circunstâncias da vida nos trazem? Vemos em nós a Alegria do viver em Cristo que afirmamos que possuímos ou andamos entristecidos pela comida ou pela bebida que não temos? Parece que a Igreja contemporânea se deixou influenciar profundamente pelo materialismo da sociedade moderna, que despreza filhos, lares, casamentos, igrejas, e outras coisas indispensáveis para uma vida equilibrada pela exigência do muito trabalhar, a fim de que sejamos “pessoas de sucesso” como prega o limitado Lair Ribeiro, na sua “auto-baixa ajuda”.
Parece que muitas igrejas funcionam como empresas onde a produção dos crentes e o seu dízimo e ofertas são muito mais importantes do que o seu caráter e seu estilo de vida, se é piedoso ou não. Sim porque nas empresas, ou melhor, no sistema de vida capitalista não importa o que você faz na sua vida pessoal, importa se você está produzindo no seu posto de trabalho e assim dando lucro para a empresa. Parece que dar o dízimo, ofertar e trabalhar muito para a congregação tem mais valor do que ser um genuíno cristão, que deve fazer todas essas coisas também, mas que tem como prioridade ter o caráter de Cristo em si.
Que igreja queremos ser? A que aceita todos os desmandos de lideranças corruptas, enganadoras e manipuladoras, sob a justificativa que Davi não ousou tocar em Saul porque este era ungido do Senhor, como de fato o era. Se for assim, logo também precisamos ser indiferentes para com a também verdade que diz que diante de Deus todos precisam ser responsáveis, e que, como irmãos, devemos repreender uns aos outros quando um de nós estiver no erro, independente do título ou cargo que ostenta eclesiasticamente. Não estou questionando princípios, mas os estou colocando em pé de igualdade. Porque para Deus, da mesma forma que é pecado não se submeter a liderança também o é ser um líder descarado, hipócrita, fingido, manipulador e autoritário. O que estou fazendo é colocando princípio por princípio, não para uma guerra, mas para uma conversa, consenso e tomada de decisão. Cristo foi o exemplo em tudo, importa que aqueles que se aceitam esta missão também se submetam a esta verdade. Já vi muitos líderes cometerem abusos contra pequeninos de Cristo que, se fosse na época da lei, também seriam apedrejados. Estou insistindo muito nessa questão por entender que a maior crise da igreja brasileira é uma crise de liderança. Cristo disse que o povo perece pela falta de conhecimento e os responsáveis direto por isto são aqueles que tem a responsabilidade de ensinar. Não estou descartando a responsabilidade pessoal de cada cristão, mas até para aprendermos a praticar essa responsabilidade particular precisamos, primeiro, ser ensinados, segundo, termos os exemplos. Quem deve ser o exemplo: os líderes. Chega de vivermos oprimidos por sistemas religiosos de homens que não tem nenhum compromisso com Cristo ou com sua verdade. Cristo nunca liderou ninguém com cabresto, mas sempre com amor. Foi sim duríssimo com líderes religiosos que se auto-consideravam guardiões da verdade, quando, na verdade, eram guardiões dos seus interesses. Como Igreja de Cristo precisamos nos posicionar contra toda injustiça e impiedade. A Igreja que devemos buscar ser é aquela que jamais negocia os princípios de Deus, que são reais expressões do Seu próprio caráter. Chega do tempo em que a igreja precisava de caciques. Igreja não é tribo, é Reino de Deus, onde Ele mesmo é o Cabeça e todos nós, inclusive os líderes, devem estar submetidos às verdades divinas, não só do respeito dos irmãos comuns aos líderes consagrados, mas do respeito dos líderes aos irmãos comuns, como irmãos que também são. Devemos ser igualitários (como de fato somos) no trato, no respeito e na caminhada diária.
Jesus disse que o mundo reconheceria que Ele e Deus são Um quando nós nos amássemos uns aos outros. A hierarquia na Igreja deve existir sem dúvidas nenhuma para promover a estratégia de evangelização, para chegar o comando de Deus (embora alguns não gostem desta palavra “comando”), até porque, como bem diz Paulo, o Senhor chamou uns para apóstolos, outros para profetas, outros para mestres, outros para pastores e outros para evangelistas. Mas o próprio Paulo dá o motivo: a edificação do corpo de Cristo. O mesmo apóstolo diz: cada um considere o outro superior a si mesmo. Essa é a igreja que quero ser, onde um cuida do outro, se preocupa sinceramente, estende a mão para ajudar, divide o prato de comida, vende as propriedades e deposita o valor da venda aos pés dos atuais apóstolos que aplicam tais recursos no suprimento na verdadeira necessidade da obra, que são os necessitados, seja dando o Evangelho, um prato de comida ou roupa, e não na construção de templos suntuosos e luxuosos, sob a justificativa de construir um templo “salomônico” para Deus. Se Deus quisesse ainda templos feitos por mãos de homens, Ele mesmo não tinha inaugurado, através do Seu filho Jesus, os tempos da Graça. Templo só tem sentido por causa da adoração, e nós bem sabemos qual é a adoração que o Senhor quer hoje (João 4.23-24).
Por fim, a igreja que quero ser é uma igreja não fingida. Onde os irmãos se amam, se respeitam e cuidam um do outro. A sua igreja é assim? Quanto a minha, a minha oração é: Pai, me ajuda a ser um exemplo. Que comece em mim o teu milagre. Que eu seja o milagre. Que eu seja transformado de um homem egoísta a homem altruísta, de individualista a homem que reparte e se reparte com os outros. E aqui cito a frase atribuída ao homem católico: porque é morrendo que se vive para a vida eterna! Alguém quer morrer por esta causa? A decisão é pessoal, isto é conversão e é assim que se faz igreja. Que o Senhor nos abençoe! Amém.
Bem-vindo ao Agentes Transformadores
Graça e paz amigo! É um grande privilégio para mim receber sua visita em meu blog. Espero que você seja tremendamente abençoado ao ler as reflexões aqui presentes. Quando decidi criar este blog, a única intenção do meu coração fora de abençoar as pessoas, trazendo uma palavra de restauração, cura e renovo para aqueles que tem experimentado o sofrimento e não tem conseguido vencê-lo. O meu desejo é que você seja tocado por Deus, curado pelo Espírito e transformado no seu ser pelo poder do sangue de Jesus. Se quiser deixar uma mensagem, ficarei muito honrado em ouví-lo. Que o Senhor Deus derrame sobre a sua vida as mais ricas bênçãos, e seja assim também sobre sua família, em nome de Jesus! Amém. SEJA TAMBÉM UM DOS AGENTES TRANSFORMADORES DESTE MUNDO!
terça-feira, 16 de outubro de 2007
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